Com a criação da Rede Internacional e Interdisciplinar sobre Desigualdades não se pretende iniciar ou mobilizar uma nova cooperação; procuramos, antes, reconhecer a existência, valorizar a longevidade, consolidar os resultados, fortalecer os ideais e os objetivos e dar um enquadramento orgânico a um processo de cooperação que reúne instituições e investigadores nalguns dos casos desde há quase 30 anos, e pelo menos desde há 15 anos, e que se mantém em plena  atividade. 

O primeiro nó na origem da Rede remonta a 1986, no âmbito do II Programa de Combate à Pobreza liderado pela Comunidade Europeia nos diversos países que então a constituíam, e em que participaram alguns dos atuais parceiros. A partir deste nó foram celebrados vários protocolos de cooperação interinstitucional e foram iniciadas atividades de intercâmbio científico e académico (algumas com o apoio dos Programas Sócrates / Erasmus) entre a NOVA/FCSH, Universidade Nova de Lisboa e a Universidade Católica de Lovaina, a Universidade de Barcelona, ​​a Universidade de Loughborough e a Universidade de Antuérpia, algumas das quais continuam ativas até hoje.

Um segundo nó foi estabelecido em 1996 com a constituição de um grupo temático dentro da Associação Internacional de Sociólogos de Língua Francesa (AISLF), reconhecido como Grupo de Trabalho em 1999 e como o Comitê de Pesquisa – CR30 Desigualdades, Identidades e Laços Sociais – em 2005, e que se mantém em atividade. A partir deste nó foram formalizados protocolos de cooperação interinstitucional com Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC / Paraná, Br) e a Universidade D’Ijuí, RS, Br e realizados intercâmbios (que se mantêm) no âmbito do Programa Sócrates / Erasmus entre a NOVA/FCSH e a Universidade de Friburgo. As atividades de pesquisa e de ensino associadas a este nó foram desenvolvidas em parceria com a Universidade de Coimbra/Faculdade de Psicologia e das Ciências da Educação, tendo sido assinado um protocolo entre esta Instituição e a Universidade Nova de Lisboa/FCSH.

O terceiro nó foi formado a partir da cooperação, iniciada em 2006, com a Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES, MG, Br, concretizada por meio da assinatura de protocolos interinstitucionais que têm possibilitado o desenvolvimento de um rico programa de intercâmbio nos planos acadêmico, científico e editorial e que se mantém ativo. Esta cooperação permitiu, entre muitas outras atividades, a criação, na UNIMONTES, de uma estrutura de pesquisa – o NIPS, Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa Social. Este nó também conduziu à assinatura de protocolos de cooperação entre as Universidades de Montes Claros e de Friburgo.

Ao longo da sua atividade, a Rede teve a oportunidade de estabelecer relações de trabalho com inúmeras outras instituições e pesquisador/as na Europa, em África e na América Latina, sem que tenham sido assinados protocolos formais de cooperação. No entanto, se considerarmos a consistência de algumas destas interações, a Rede estende-se bem para além das Instituições designadas.

Toda a atividade que constitui o património da REDE foi enquadrada, na sua origem, no início dos anos 1990, pelo CEOS (nome de um titã da mitologia grega – Koĩos – que simboliza o intelecto, pensamento que possibilita o conhecimento). O CEOS foi um Grupo de investigação criado na FCSH, de forma proativa, para permitir dar continuidade, em situação de pesquisa contratualizada, ao Seminário de Investigação que finalizada a formação pré-Bolonha em Sociologia na NOVA/FCSH. O CEOS foi reconhecido posteriormente como “unidade de investigação” pela FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia. O CEOS esteve organicamente associado primeiro à FCSH, em seguida à Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, tendo voltado a ser integrado na FCSH, antes de constituir com outras Unidades de investigação, o CESNOVA que deu lugar, em seguida, ao CICS.NOVA, duas unidades de investigação tuteladas pela NOVA/FCSH.